sexta-feira, 16 de abril de 2010

"Por uma bienal sem panelinhas nem preconceitos", Pedro Salgueiro na Bienal para O POVO

Um amigo ranzinza diz que todas as bienais de livros são iguais. Concordo que se parecem, têm o mesmo modelo básico, inovam pouco, estão mais ligadas ao mercado livreiro que à cultura, mas acho que podem (e devem) ter alguns diferenciais.
Nesta IX Bienal do Livro do Ceará, temos uma novidade em relação às outras: a maior participação dos escritores cearenses, desde os mais conhecidos até os quase iniciantes; uma turma que sempre esteve à margem da megafeira de livros daqui, principalmente a última, que parece ter sido organizada por inimigos da literatura local.
Claro que deve se aperfeiçoar, tentando atingir uma variedade maior de artistas da terra; e, quando escolherem os de fora, que sejam autores menos óbvios, menos os mesmos de sempre...
Concordo que tragam atrações, já vi várias boas atrações, desde Rachel de Queiroz a Luis Fernando Veríssimo, Jorge Amado e muitos outros escritores de primeiro time de nossa literatura nacional.


Nesta edição, gostei demais da escolha da homenageada, os 100 anos de dona Rachel foi sensacional; a vinda do importante Moacir C. Lopes, cearense injustamente esquecido por nós, foi fundamental... Há tempos merecia essa lembrança, que, espero, se estenda para uma homenagem de uma próxima bienal.

Estou adorando o espaço em frente ao Auditório Central (Espaço "Não me Deixes"), onde grupos literários, academias daqui declamam, sempre com um bom público. A Arena dos Escritores, no bloco E, também está com uma boa programação; o bate-papo de Cony com Thiago de Mello foi antológico; a conversa do Poeta de Meia Tigela com o poeta brasiliense Nicolas Behr foi ótima.


O espaço dos cordelistas sempre está movimentado, apenas senti falta dos grandes Rouxinol do Rinaré e Arievaldo Viana.


O espaço das estantes das livrarias e editoras está fraco, com pouquíssimas novidades; destacando-se as livrarias locais Arte & Ciência e Feira do Livro. A da Editora Premius também tem lançado livros cearenses quase todos os dias.

Com certeza, um avanço em relação à fria bienal passada, mas que seja apenas ponto de partida para uma melhora constante. Que se chame cada vez mais escritores de nossa terra, sem panelinhas nem preconceitos".

2 comentários:

  1. Tive o privilégio de estar este ano pela primeira vez na Bienal do Ceará participando do Fórum do Livro e da Leitura. Senti toda esta atmosfera literária mais entre os poetas locais do que nos grandes espaços dos "livreiros", isso é bom. Muito bom! Achei lindo o espaço dos poetas populares, autêntico e animadíssimo. Parabéns a toda a Coordenação da Bienal e em especial a Mileide com quem estive no Forum.

    Abs literários,
    Mirtes Waleska Sulpino

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  2. As panelinhas, caro Pedro, continuam, com "preconceitos visíveis" e preferências notáveis.

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