terça-feira, 17 de setembro de 2013

Lançamento "Sendas do Sacrário", de Hermínia Lima, no Ideal Clube (20.9)


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Data e horário: 20 de setembro de 2013 (sexta-feira), às 20h
Local: Terraço da Cultura no ideal Clube
Apresentação da obra e da autora: Aíla Sampaio

Sobre Sendas do Sacrário, de Hermínia Lima

“Há um silêncio no meio de nós. /Um silêncio que fala, que não cala./ Um silêncio que diz.” Iniciei a leitura de Sendas do Sacrário, coletânea de poemas de Hermínia Lima, como aqueles que “abrindo conchas, catam pérolas.” Podemos nele encontrar versos sedutores, amorosos, cristalinos, a chegar-nos como se quase pudéssemos ouvir o eco confessional do espírito à pena autoral. As palavras acolhe-nos a pele como lençol, em noite desestrelar, a deslizar macio e quente, entre sensações túmidas de humanidade exposta, a beijocar os ouvidos e afagar o brilho silente dos olhos. O seu poema é para ser lido junto, testemunha que é do nevralcance do que não cala e se declara aqui: “É tua/ a falta que pulsa em mim./É minha/a sede de estar em ti.” Nas entrelinhas de sua sutileza febril, além do mar que insinua correnteza, carrega-nos a vaga densa e tensa, mítica e provocante. O erótico em Hermínia é bela renascença, repleta da busca do ideário grego da beleza, da estética da linguagem fluente, ou das asas coloridas a correr, sem medo, em direção ao sol: “Fujo e a fuga afasta-me/ do fálico ser que me falta/ nesta fria e fatídica madrugada.” Os poemas desse sacrário íntimo desafiam a sensibilidade do leitor, “escancarando as suas porteiras”, e, ao mesmo tempo em que lhe fala, o interroga, numa folha em permanência de papel e gozo, que exala o delírio da natureza, pois “não passamos de palavras/girando na esfera/ de infindáveis esperas.”


Raymundo Netto

Um comentário:

  1. Obrigada, Raymundo. Pelas palavras, pelo carinho e pela divulgação.Uma honra figurar aqui, neste espaço tão privilegiado. Abraço poético e até sexta.

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