quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Boas Festas do AlmanaCULTURA, por mim, eu mesmo e Irene.



Desejo a todos os amigos e amigas, àqueles fieis leitores que me acompanham neste descalabro que é o AlmanaCULTURA, criança que, desde 2009, bem ou mal vem contando um pouco da nossa história, um período de boas festas, mas, antes delas, o sucesso de sua reflexão sobre a condição do mundo.
No Natal, comemoramos o quê? Celebramos o quê? A resposta vem de ligeiro, riscada na língua mecânica de um papagaio de pirata: “o nascimento de Jesus!” Sim, e o que significa isso? Comprar no RioMar, usar um vestido novo, encher a cara porque a bebida hoje é por nossa conta, dançar a noite inteira para comemorar VOCÊ estar vivo apesar de? Que mixuruca é essa festinha!
O amor, e aqui me refiro ao amor pela humanidade, o ágape, talvez o mais puro, gratuito e incondicional dos amores, não maculado pelo que é possessível, pelo ressentimento e por outras mazelas cotidianas que estragam qualquer café da manhã, deveria ser praticado não apenas por meio do abraço fácil dado a quem achamos e julgamos nos amar.
A farra de abraços é, de longe, superficial e momentânea. Um reboliço no palco hipócrita de plateia cheia de vazios, como uma Simone assombrando com "Então é Natal".
Cabe aqui pensar nesse abraço dado, talvez aquele mais demorado, mais curtido, aquele que se dá não para a visita, mas para aquela pessoa que lhe dá e que de você recebe o amor. Não necessariamente uma pessoa conhecida. Talvez a prática desse amor a estranhos, pessoas que precisam mais do que podem oferecer, ou pelo menos que julgamos assim, tenha mais valor.
A solidariedade, melhor do que a arrogante caridade, deveria ser mais trabalhada em nosso seio familiar, discutida, pensada e fomentada nessa data de muito brilho e pouca luz. Muitas palavras largadas ao vento, como impressões em cartões natalinos que recebemos até de companhias telefônicas e daquele banco que nos devora as economias.
Sejamos diferentes. Sejamos humanos. Sejamos responsáveis. Amemos, nos solidarizemos, tomemos conta dos outros, dos desfavorecidos, dos desesperançados, dos “inúteis”.
“Se você pode ser assim, tão enorme assim eu vou crer que o Natal existe!”



Felicidade foi se embora
E a saudade no meu peito ainda mora
E é por isso que eu gosto lá de fora
Porque sei que a falsidade não vigora

A minha casa fica lá de trás do mundo (no kitnetto)
Aonde eu vou em um segundo quando começo a cantar
O pensamento parece uma coisa à toa
mas como é que a gente voa quando começa a pensar

Felicidade foi se embora
E a saudade no meu peito ainda mora
E é por isso que eu gosto lá de fora
Porque sei que a falsidade não vigora


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