domingo, 5 de julho de 2015

Resenha de Raymundo Netto para "Brincando com Poesia", de Dimas Carvalho


“Para que afinal serve a poesia? Para transformar em alegria a tristeza, para moldar melodias com os sons da natureza, para conferir beleza ao que chega aos olhos e... para brincar!”
Essa provocação, descrita na quarta capa de Brincando com poesia, de Dimas Carvalho, ilustrado como em azulejos por Ramon Cavalcante, diz bem a que veio a obra destinada aos pequenos leitores, os iniciantes no letramento, aliás, é essa a estreia do poeta e contista na literatura infantil.
Uma dezena de poemas singelos, lúdicos e elaborados para fazer pensar, numa linguagem simples e ao mesmo tempo desafiadora, marcada por uma imagética própria da criatividade de criança: “A tartaruguinha/ Parece uma pedra com pés.”
Ora, a poesia é um gênero quase natural para a infância. O pensar de criança é colorido, metafórico, livre, ao contrário do pretensioso pensar daquele que se diz adulto, orgulhoso de ser podado pelos dogmas dos costumes, da razão engessada, da coisa igual de todos e de todos os dias iguais.
Com poesia se molda, se brinca, se faz pensar. Apenas com poesia seria possível imaginar um infinito namoro entre estrelas e vaga-lumes, a brincadeira de pula-carniça entre números, a história de um papagaio sabido ou de um sapo saltador, ou mesmo pensar: “A manhã/Amanheceu/Ontem.//A manhã/Amanhece/Hoje.// A manhã/ Amanhecerá/Amanhã?
Num exercício de indagações, Dimas Carvalho incentiva a criança-leitora a gostar da palavra, ao som por ela produzido, a pendurar-se no pescoço dela e a buscar o sentido do mundo em sua própria imaginação, transformando o seu livro num brinquedo atrativo e encantador, afinal, os pais e professores devem cultivar a leitura e a audição de poesia, desenvolvendo a sensibilidade não apenas no que se refere à língua, mas à vida.
Dimas Carvalho nasceu no Acaraú, Ceará, em 1964. Licenciado em Letras pela Universidade Federal do Ceará, é professor de Teoria da Literatura na Universidade Vale do Acaraú, em Sobral. Membro da Academia Sobralense de Estudos e Letras, tem, entre seus títulos em poesia, Poemas (1988), Flauta Ruda, Agreste Avena (1993), Mínimo Plural (1998) e Marquipélogo (2004). Estreou no gênero conto em 1993 com Itinerário do Reino da Barra. Mais tarde, em 2000, publicou Histórias de Zoologia Humana e, em 2003, Fábulas Perversas (ganhador do Prêmio Ideal Clube de Literatura e do Prêmio Otacílio de Azevedo de reedição, em 2010, pela Secretaria da Cultura do Estado do Ceará). Foi contemplado em diversos prêmios, além dos já anteriormente citados, entre os quais: Prêmio Literário Cidade do Recife (1996 e 2002), Prêmio Ideal Clube de Literatura (2001 e 2002) e Prêmio Literário Cidade de Fortaleza (2001, 2003 e 2004). Colaborou com textos para as revistas Literapia, Almanaque de Contos Cearenses, Continente Multicultural, Literatura: revista do escritor brasileiro, Caos Portátil: um almanaque de contos, Para Mamíferos e da Antologia do Conto Cearense.

Serviço
Brincando com poesia, de Dimas Carvalho
Ilustrador: Ramon Cavalcante
Número de páginas: 24
Formato: 20 x 20,5 cm
Acabamento: Brochura
Publicação: 2013
Investimento: R$ 23,90
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